POR: Raquel Morelli
(Retirado do livro "Minhas Palavras")
Fonte: Google |
Às vezes eu sinto saudades. Uma saudade muito
grande. Saudades de mim mesma.
Saudades de quem eu era, das coisas que eu costumava fazer, no que eu pensava,
em que (ou quem) eu acreditava. Saudades também das roupas que eu usava, dos
lugares que eu frequentava. Saudades dos jantares de domingo com a família
reunida na casa da minha avó. Saudades das revistas que eu lia, das músicas que
eu escutava, dos CDs que eu comprava pra ouvir no rádio ou até mesmo no
"discman" (opa, alguém se lembra dele?). Saudades dos filmes a
que eu assistia, dos livros que eu lia e saudades de não precisar tanto dessa
tal de 'internet'. Saudades das aulas no ensino fundamental e médio, de algumas
amizades, dos professores, dos ídolos e de toda a ingenuidade que eu tinha no
passado.
Às vezes dá saudades, só isso.
Não que hoje eu seja uma pessoa totalmente
diferente do que eu era. Não, o tempo passou, mas eu no fundo, ainda tenho
muito do meu "eu" do passado. Sim, não é apenas na aparência que eu
não consigo envelhecer, pois, apesar de eu estar praticamente na casa dos vinte
anos (28 de janeiro cadê você?), as pessoas sempre acham que eu aparento
ter 14 ou 15 anos...
Ah, quem me dera!
Uma verdade que eu nunca acreditei era que eu
ia sentir falta de toda essa época. Que bobagem. Claro que eu sinto...
Mas obviamente eu cresci, eu vivi, eu
amadureci. Apenas isso.
Ao pensar no passado, eu percebo que tudo
aconteceu no seu devido tempo. No fim, tudo que tinha que ter acontecido,
aconteceu. E vejo que, se no passado, minha "eu antiga" sonhou com
algo que não aconteceu, era pra ser justamente assim. Não era pra ser.
Mas eu sinto saudades sim, claro. De sonhar,
de pensar, de amar, de fazer, de ser quem eu era. Criança, pré-adolescente,
adolescente.
É vida adulta, olha você aí! Chegou!
No fundo, talvez eu seja a pessoa que eu sinta
mais saudades...
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