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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Aquela Ilusão Boa



POR: Raquel Morelli
(Retirado do livro "Minhas Palavras")


Certa vez, li uma frase que dizia o seguinte: “E daí? Você foi uma ilusão boa”. Então, automaticamente me lembrei daquela outra frase: “Você não se apaixonou pelo menino real e sim, pela imagem que criou dele. A tristeza que você está sentindo, é apenas pelo fato de ter percebido que aquele garoto que você inventou, simplesmente não existe”.
 
Unindo-as, eu, depois de muitos anos, consegui entender o que exatamente sentia por você. Você sempre foi a exceção a minha regra. Eu sabia que não era exatamente amor o que eu sentia por você, mas não sabia decifrar esse sentimento. Mas agora, somente agora, vejo que o nome daquilo era ilusão. Sim, eu sempre te olhava (você sempre foi muito bonito), mas nunca cheguei de fato a ter uma grande convivência com você. Apenas conversinhas aqui e ali. Mas não ao ponto de se apaixonar verdadeiramente. Eu não posso me apaixonar e cair de amores por alguém que eu mal conheço. 
 
Mas o que eu sempre pude, era fantasiar. Usar o seu exterior e criar um interior tão belo quanto mesmo que, na vida real, você poderia não ter. E foi isso o que eu fiz. Passei anos vivendo essa ilusão boa, te amando por dentro da cabeça e sempre me contentei com isso. Mesmo sem saber o que era e por que era. Por fim, percebi que tudo não passou de um sonho bom, mas que uma hora a realidade chama para vivê-la. E eu atendi ao chamado. Resolvi te deixar na memória, bem guardadinho. Dentro da minha mente, onde é a casa da ilusão que vivi. E comecei a viver, agora, a realidade. 
 
É que eu não sou mais uma mocinha que se contenta com fantasias. Eu agora sou uma mulher que vai realizá-las com alguém de verdade e não com alguém ilusório.

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